terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viagem 002

Rota: São Paulo - Itália
Data:13/11/2011 
Caros passageiros,
Confesso que hoje o trabalho foi um pouco cansativo, nós tivemos alguns problemas antes da decolagem do nosso avião, mas com calma e união conseguimos resolver tudo. Infelizmente o nosso piloto desmaiou alguns minutos antes do voo, isso acarretou num efeito dominó, e a culpa, como sempre, caiu sobre nós. Alguns de vocês eram impacientes, outros reclamavam e os que tinham pavor passaram mal. Foi um conflito que parecia eterno, eu estava desesperada e tentava acalmar vocês que também não estavam bem, era de uma essência irônica em que apenas eu conseguia ver. Enquanto o piloto era socorrido, pedi para que vocês  mantivessem a calma, se dirigissem ao lado de fora do avião e aguardassem dentro do aeroporto, não poderíamos prosseguir com um piloto desmaiado em nossa cabine, então, uma nova equipe de tripulantes foi convocada para seguir voo e o nosso avião seguiu viagem, após 2 horas. Durante a ida para Itália nós recebemos notícias que o nosso capitão conseguiu se recuperar e aparentemente estava muito bem, ele pilotará o próximo avião que levará todos para Buenos Aires e irá descansar um pouco por lá.
Senhores passageiros, a minha vida foi corrida hoje, e sei que a de vocês com certeza é mais do que a minha...Mas eu acho que vocês poderiam compreender o nosso lado também. Fazemos de tudo pra agradar à todos, e pedimos perdão pelo ocorrido, se fossemos robôs só precisaríamos de óleo para manutenção, tudo seria mais fácil. 
Parando pra pensar... Realmente nós somos um robô humano? Se vivêssemos mais nós enxergaríamos a poesia em cada gesto mudo e em cada filete de vento que percorre o nosso rosto. Ser capitalista demais às vezes faz mal.



"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti..."

(Mário Quintana)

Lembrem-se: Apertem os cintos de segurança e em caso de emergência, máscaras de palavras sempre cairão!

Aeromoça Christine Almeida

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O PORTADOR DE SONHOS! (Parte I)

Na noite de 14 de Novembro estava em minha querida Buenos Aires. Mesmo sendo um autentico Catalão, Buenos Aires é um dos lugares no mundo em que me sinto mais perto de casa. Passando pelo centro percebi um cartaz em um hotel que logo me intrigou onde dizia o seguinte: “Precisa-se de Navegador, não é necessário ter experiência na área, mas ter disponibilidade para viajar pelo mundo” 
    Não hesitei , fui conversar com a recepcionista do hotel no qual o cartaz estava colado. Ela me informou que o Comandante estava hospedado no hotel. Contudo, ele teria ido dormir, pois havia acabado de chegar de uma viagem. Logo me preparei para aquela que poderia ser a oportunidade da minha vida. Eu estava um pouco sujo, não tinha muito que comer aquela noite só carregava comigo uma mochila. Dentro dela havia um livro que ganhei do meu falecido pai e um diário no qual sempre rabiscava alguns dos meus sonhos a fazer acontecer. A recepcionista muito simpática me ofereceu um pouco de água e um prato de comida, não tive como resistir. Creio eu que ela ouviu os monstruosos “roncos” da minha barriga. Enquanto eu comia conversávamos um pouco sobre como era trabalhar em um hotel, planos de vida. Foi quando fomos interrompidos por um casal de brasileiros que chegava para se hospedar, após isso resolvi tirar um cochilo já que estava perto de amanhecer e eu não poderia desperdiçar a oportunidade, sempre soube que o bonde da sorte só passa uma vez e eu preciso estar preparado para entrar nele, mas nesse caso seria o avião da sorte.
Quando ouvi uns barulhos na escada acordei assustado olhei para a recepcionista que estava em um profundo sono, então vi um homem alto, forte com um lindo chapéu e uma roupa de aviador passando muito rápido, percebi que ali estava a minha oportunidade. Corri em direção a ele que parecia um pouco atrasado fui logo falando: “Capitão.” Na primeira vez ele não me deu bola e então fui mais firme “Capitão!” Ele olhou para mim, um pouco desconfiando, mas não perdendo a pose continuou andando e perguntou.

- Quem é você?                                                    

- Dom! 

- Prazer, Comandante Arthur Machado. O que te traz aqui, filho?

- Vi o cartaz na parede, não resisti. Pode ser uma grande oportunidade na minha vida, não tenho muita experiência na área, mas já fiz alguns cursos e acho que me encaixo bem na oportunidade.
Ele me olhou de cima a baixo e disse:

- Não era muito o quê esperava, mas posso te fazer algumas perguntas?

Eu mal conseguia o acompanhar, ele estava com passadas longas e o frio mal me deixava raciocinar, mas fui firme:

- Sim. Claro que pode. 

- O que significa viajar, para você? Quando você se olha no espelho, quem você enxerga?

- O meu pai! Respondi 

Ele retrucou com um ar de ironia:
- Quem foi seu Pai, filho?

- O homem que me ensinou a ser um sonhador... Ensinou-me que o tempo não para. Por mais que hoje em dia seja um tempo difícil para os sonhadores, não há porque desistir dos seus sonhos e objetivos. Obstáculos existem em toda parte e, às vezes, a gente tem que perder pra perceber o que tínhamos. Mas isso não quer dizer que sua vida tem que parar. Podemos fazer a diferença para alguém e nem percebermos. Só precisamos estar vivos... Então quem sabe hoje eu faça a diferença para alguém, não é mesmo?

O capitão parou me encarou alguns minutos. Pude perceber a pupila dos olhos grandes e castanhos dele dilatando de uma tamanha indeterminação, senti um pouco de medo. Mas pude perceber no canto da sua boca um leve sorriso que foi acompanhado da seguinte frase:
- Seja bem vindo a tripulação do Vôo da Madrugada. Vamos temos muito trabalho a fazer, filho...

Saudações,

Navegador  L. Sparrow

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lar: encontros e despedidas.

Buenos Aires, 14 de Novembro de 2011.


Senhoras e senhores passageiros,

Ontem, após de ter feito o desembarque em nossa última parada depois de duas escalas fui ao hotel descansar. Um lugar aconchegante no centro de Buenos Aires, um pouco distante do aeroporto, mas nada que um táxi não resolvesse. Já era por volta das quatro da manhã quando cheguei ao hotel, fui recebido pelo recepcionista, subi ao mesmo quarto de sempre: uma suíte no sétimo andar, de paredes azuis; uma poltrona vermelha contrastante; um conjunto de  mesa e cadeiras, sobre o qual repousava sutil arranjo feito de lavanda e alecrim que deixava exalar seu cheiro por todo o quarto, e, é claro, uma cama e uma banqueta. Sentir aquele cheiro me fazia pensar estar em casa. O lar é aquele lugar único que você quer sempre voltar, mesmo tendo conhecido todo o mundo. Deixei-me cair na grande poltrona e me perdi num pensamento vindo de longe,  uma lembrança empoeirada do fundo da mente. 

  ― Ollie, vem ver. Está dizendo no jornal que o cometa Halley vai passar hoje a noite no céu!
 ― Vamos hoje ao parque ver, Arthur?

Cabelos pretos cacheados, pouca altura e flor da idade. Era, com certeza, grande parte dos meus sonhos. Cheirava sempre a lavanda, como que tivesse acabado de sair de um banho.
 
― Trouxe a câmera? Quero registrar esse momento: eu, você e o cometa! Falei.
― Trouxe. Câmera, rádio e coca-cola. Tudo que uma noite precisa!

― Então liga! Quero ouvir uma música que me faça lembrar disso pra sempre!
 ♫"Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você
"

Irrompeu o rádio no último volume. Legião Urbana estourava em todas as paradas de sucessos das rádios. Dançamos e, ao final da canção, o locutor anunciou:

― Atenção ouvintes! Passa agora pelo céu de nossa cidade o cometa Halley!

Viramos de súbito e lá estava ele, astro, desfilando com sua imponente cauda de nácar.

― Pega a câmera! Falei rapidamente.

― Não, Arthur. Faz um pedido primeiro.

― Pedido? Como? Cometa não é estrela cadente! 

― Vai! Faz um pedido!  

― Tá bom! Eu desejo poder voar pelos céus, como o cometa, e saber que sempre posso voltar para você, meu amor. Se você me esperar. Disse rindo de mim mesmo por fazer um pedido a um... cometa!

― Não, não vou te esperar. Estarei com você em cada momento, em cada caminho. O amor não é a espera, é o tempo infinito e completo!


 Dormi ali mesmo na grande poltrona vermelha daquele quarto de hotel. Acordei com o telefone aos brados e ainda um pouco desorientado ouvi ao atender: 

―  Amor, acorda... Está na hora de decolar e voltar para casa.


Forçando um sotaque espanhol respondi:
― Te quiero, cariño!

Enfim, caríssimos passageiros! Nunca pensei que teria acatado meu pedido de adolescente gracejador . Até mesmo um giramundo, como eu, precisa de um lugar para voltar. E se, como diz Guimarães Rosa: "esperar é reconhecer-se incompleto" só estarei completo quando encontrar Ollie e, novamente, sentir seu cheiro de lavanda recém colhida. Um homem do ar sempre sabe o momento do regresso, mas igualmente sabe o momento exato de partir, pois a vida, esse grande emaranhado de tempo, é feita também de encontros e despedidas.

Espero que tenham tido uma viagem agradável e voltem sempre ao seu lar, seja no ar ou na terra.

Cordialmente,

Comandante Arthur Machado.
               

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um aviso prévio, uma turbulência ...

Mistérios passageiros, mistérios ...

Dando sequência em nossa viagem, fui verificar a segurança de todos, pois passaríamos por uma pequena turbulência mais a frente.
Na nossa aeronave segurança é prioridade. Passando por nossos passageiros, me deparo com um senhor, aparentava seus 60 anos, cabelo grisalho, com o seu olhar virado pra janela. Chamei a atenção do mesmo:
- Meu senhor, por gentileza, põe o cinto de segurança, iremos passar por uma breve turbulência.
O Homem, que ao me olhar mostrou a sua face lacrimejada, simplesmente voltou o rosto pra janela e continuou a olhar pro nada.
Eu, sem saber o que falar, inocente, novamente chamei a atenção do senhor, não poderia deixá-lo sem o cinto:
- Meu senhor, por favor, coloca o cinto, é o meu trabalho zelar pela segurança de vocês na viagem.
Ele olhou pra mim, e com sua voz rouca disse:
-Meu Jovem, por quantas turbulências passamos em nossa vida? E não nos precavemos, não é? Ás vezes não achamos um cinto de segurança, ou se quer o procuramos, ou ela simplismente chega por despercebida. Devo agradecer pela preocupação e pelo aviso, se tudo na vida fosse assim... Se pra tudo existisse um aviso prévio, mas não temo mais as turbulências, tudo o que eu tinha pra perder nesse mundo eu já perdi, porém não se preocupe, colocarei o cinto, não tenho intenção de te prejudicar.

Naquele momento, milhares de acontecimentos passaram em minha cabeça, realmente tantas turbulências nessa vida, um aviso antecipado não seria ruim. "Passageiro, se prepare pra uma decepção em sua vida, se agarre ao seu cinto de segurança e não deixe essa turbulência te abalar".  Deveria ser assim, ao menos estaríamos preparados...

E só para não esquecerem, passageiros, turbulência passa!

Good Trip !
Comissário P. Mascarenhas

Viagem 001

Rota: Salvador/BA - So Far Far Away

Caros passageiros,
Embora eu trabalhe num pequeno espaço que é o avião, posso dizer que aprendo todos os dias coisas diferentes e engraçadas observando cada um de vocês. Essa semana, durante o primeiro vôo de nossa companhia, por exemplo, notei que uma senhora, localizada na classe B, observava uma foto aparentemente velha e num gesto amoroso, ela passava um de seus dedos na silueta da imagem como se estivesse recordando de alguém ou do seu passado. Fui me aproximando dela e perguntei como ela estava, se precisava de alguma ajuda ou se queria se alimentar, mas como resposta, me disse:

- Eu só preciso de um pouco mais do tempo. - Sussurou
- Se a jovem senhorita atender o meu pedido, eu ficaria bastante satisfeita! - Falou, forçando um humilde sorriso, deixando que uma lágrima fugisse dos seus olhos.

Eu sinceramente não esperei receber essa resposta, ela falou tão abertamente comigo que eu fiquei um pouco sem jeito pra continuar a conversa, embora tenha me comovido bastante. A senhora, ouvindo como resposta o meu silencio, continuou a dizer:

- Aproveite, menina, enquanto é jovem... Existem situações em nossas vidas em que não podemos voltar atrás, depois que permitimos que o tempo passe e tudo o que sonhamos se perca! Se brigou com alguém que você ama, peça perdão... Se você ama alguém e simplesmente resolveu esquecer por um motivo qualquer, volte atrás, não deixe que o grande amor de sua vida não esteja presente nela... Faça, dançe na chuva, quebre o braço, ande de bicicleta, deite na grama, pule na cama, grite, ame, descubra, faça o seu ideial enquanto se pode recomeçar.

- É verdade, senhora, e eu realmente te agradeço pelo ótimo conselho... Embora o tempo leve um pouco de tudo, eu espero, com todo respeito, que os nossos dias à partir de hoje sejam infinitos e breves, enquanto somos vivos nós ainda podemos aplicar alguns fragmentos disso, basta ter coragem.

E eu, como sempre completei: "The art of losing isn't hard to master."

Senhores passageiros, tenham uma ótima viagem!
Lembrem-se: apertem os cintos de segurança e em caso de emergência, máscaras de palavras sempre cairão! 


Aeromoça Christine Almeida.

domingo, 13 de novembro de 2011

Sem rumo ?!

Caros passageiros,
Apertem as fivelas do cinto, mantenham-se sentados e sintam-se a vontade em mais uma das nossas viagens...

E então todos os dias levantamos com uma rotina de matar. Nos abastecemos e partimos para mais uma viagem, viagem essa que sabemos de cor e salteado. E porque não tirar um dia para viajarmos sem rumo? Acordar e mudar tudo... Sem ideal em mente, deixando o que há de novo acontecer, deixando os mistérios florescerem. Viajar na vida, ir além do que imaginamos, desvendar...
Devemos lembrar que o que está dentro de nós é maior do que está no mundo, então porque irmos tão longe? "É em nós que as paisagens têm paisagens". Mergulhar nos sentimentos, descobrir o que realmente é lindo. 
Amor, saudade, felicidade, em qual desses sentimentos vocês navegam hoje?

"A vida é o que fazemos dela. As viagens  são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos."  Fernando Pessoa


Uma ótima viagem !
Comissário, P. Mascarenhas.


O Despertar da consciência.

Salvador, 13 de novembro de 2011.


"Juntei lenha, gravetos, palha
Fiz uma fogueira lá no fundo.
Subiu um fogo tímido,
Invisível talvez.
Joguei nele tudo que trazia
O tempo, a dor, o sonho.
Queimei no lume
A ilusão, o amor, a palavra
Até restar minha ausência.
Qual fênix, inflamei a mim mesmo:
Perecer na esperança,
Para então refazer-me do gris.
Não encerrar o teto, o cais, as posses
Apenas que os pés assentem na relva
Mirar no fogo meu destino
E no fenecer brotar outra vez
Nada mais."
                   (W. Machado)
                           

Senhoras e senhores passageiros,
A vida, este emaranhado de tempo e dúvidas, nos propõe múltiplos desafios: Escolher a profissão, contruir seu futuro, ter filhos, cuidar da saúde... mas talvez, o maior de todos os desafios esteja no plano metafísico: Descobir quem é você, qual o seu papel no mundo, DESPERTAR A CONSCIÊNCIA sobre si e sobre os outros. Um processo lento e gradual que exige persistência, pois "lavar a alma" e confrontar suas crenças, mitos e ideologias acerca de tudo pode doer, principalmente, doer o orgulho..
Viajar é sempre um convite à liberdade, ao acaso. Quando se vê do alto, a vida que vai passando na terra, se questionar sobre a vida que passa dentro de si pode acarretar em grandes descobertas e até mudanças drásticas.  Uma vez soube da história de um aviador que sofrendo uma pâne no motor de seu avião, em pleno deserto, encontrou-se com a sua consciência sob a forma de um pequeno jovem príncipe que o estimulou a buscar as respostas mais simples para as perguntas mais complexas, porque "o essêncial é invisível aos olhos". Pode-se dizer que depois desse encontro, sua vida não seria mais a mesma. Essa inquietante história foi, depois, narrada em um dos maiores clássicos da literatura mundial: "O Pequeno Príncipe - Antoine Saint-Exupêry", publicado pela primeira vez em 1943 e que até os dias atuias marca a vida de muitas pessoas.
Portanto,  queridos passageiros, desvendem também o sentido da vida, embarque no vôo da sua alma, alcance o infinito e descubram o que é essencial para você. Viva o novo!

Espero que tenha tido uma viagem agradável e nos encontraremos mais uma vez nas escalas, pousos e partidas desta nave chamada vida.

Cordialmente,
         Comandante Arthur Machado






Decolar de um sonho ...

Misteriosos passageiros,

Como sabemos, diante de tudo temos um ponto de partida. Se faz necessário ter um porto para repouso, abastecimento, embarque e desembarque. Faremos de nossos sonhos, o nosso porto. Assim nos abastecemos, repousamos, e podemos embarcar de vez em uma viagem, podemos enfim decolar. E que essa viagem, seja denominada "vida", e que possamos voar em paz, sem turbulência. Sem medo de mistérios, o inesperado pode sim ser belo... como a madrugada amanhecendo á noite. E que sempre voltemos ao porto!

e assim (repou"so)nhar" mais uma vez ! 


Uma boa viagem, a todos!
Comissário P. Mascarenhas

sábado, 12 de novembro de 2011

O Vôo da Madrugada - Abertura



Salvador, 11 de novembro de 2011.


Senhoras e senhores passageiros,

Comandar uma aeronave nem sempre é fácil, lidar com tantos controles e instuções ao mesmo tempo é tarefa, por vezes, estressante. Mas existe algo que sempre nos incita a continuar: Alcançar as alturas, tocar o céu e saber que ele não é o limite. Do alto se vê vastidões, percorre-se distâncias inimagináveis, mas nada supera a incrível sensação que se tem ao ver, do mais alto céu, despontar no horizonte o sol. Saber que a vida começa outra vez. Olhar para longe e , assim como o poeta, dizer:

"Clara manhã, obrigado,
o essencial é viver! "

(Drummond)

É nesse clima de intimismo e criação que o "Vôo da Madrugada" levanta-se do solo, pela primeira vez, para alçar as distâncias mirando o sol da sabedoria na certeza que, de todas as coisas que neste mundo foram feitas, a amizade constroi a melhor tripulação!

Espero que tenham uma viagem agradável e que esse espírito de harmonia, cooperação, criação e amizade esteja sempre presente.


Cordialmente,

Comandante Arthur Machado.