terça-feira, 6 de novembro de 2012

Poema Avulso: Cancioneiro Voraz

Meu coração grande e voraz
quis conter teus sonhos, o mundo.
Devorou cada parte de tua história,
desfiou cada conta do teu imenso rosário.

Minhas palavras
Teu cancioneiro de confidências,
encontram em tua boca macia,
o gosto, o chão, o gesto, o teto.


Em meus olhos,
teu rosto é como a candeia
que se põe sobre a mesa:
Apaga as estrelas,
Acende a alma.


Comandante A. Machado


Poema Avulso: Som do silêncio.

Escrevo canções que nunca serão ouvidas,
não porque vozes não podem partilhá-las,
mas porque os corações já não mais escutam.

Canto surdo de beleza rara,
nele encubro o mundo de cor,
com a tinta barata.

Entoo um harpejo de perfeita harmonia,
para que traga de volta o brilho
que me complete a alegria:
O som do estribilho.