terça-feira, 9 de julho de 2013

Poema Avulso: Vitis vinifera


Doce o serenar
da noite que caiu
sobre o grandes verdes vales
donde os vinhedos desnudam
bagas de purpura cor.

Deixando-se percorrer
por entre as curvas de teu corpo,
perfeitas vinhas,
as mãos do vinheteiro
decifram os galhos, as folhas, os cachos.

Eis que senti explodir
aroma de intensa safra frutada,
como bebida nova em odres novos,
conheci em teus taninos
tuas harmonias.

Vinho que preenche,
encorpado escorre dos lábios,
de lágrimas e reflexos:
o pleno rubim.

Degustei-te
qual enólogo que apura os sentidos.
Expeli-te, sem se quer deglutir,
pois da bebida,
ainda que nela se possa embriagar,
da vinha, do vinho e de ti,
sustento apenas o paladar.

Comte. Arthur M.

Um comentário: